Dienstag, 17. August 2010

Um ano fazendo sentido

   Fui convidado para participar de um workcamp no Aramitan,mas nunca tinha conhecido o projeto antes, mas sabia que o Santiago, ex-educador da Monte Azul tinha fundado o projeto. Quando eu cheguei pela primeira vez, sabia que iria encontrar outras pessoas participando dos workcamps e por que naquela época ainda estava em construção e foi a partir daí que conheci melhor os participantes do YIP e o Aramitan. Neste mês que passei lá, aprendi muitas coisas além de tambem trabalhar em grupos nos workcamps, em partes das construções, pinturas, etc.
   Comecou o Preparação Jovem que é um tipo de seminário que envolve jovens da comunidade e de outros lugares com intenção de trazer conhecimentos gerais, intercâmbio cultural, aulas práticas, orientação ao jovem no mundo, sobre a antroposofia, etc. Na maioria desses dias, o PJ acontecia de 15 em 15 dias durante os finais de semana e algumas vezes fomos para casa de uma família carente para ajudar na construção da casa. Tive uma preparação ao longo desse tempo até ir para a Suécia.
   O YIP ( Youth Initiative Program ) é um programa internacional para jovens entre 18 e 25 anos com o intuito de criar algo positivo no mundo através de palestras com temas diferentes, projetos pessoais, atividades como trabalhos manuais, artes, coral, biografia, etc. Desde da minha preparação ate o retorno para casa aconteceram muitas coisas que levaram um longo processo até chegar o ponto dessa experiência. Antes de me candidatar, pensei se seria uma escolha boa e tinha optado por mais uma experiência internacional, mas desta vez não foi somente a experiência que eu esperava, mas sim o meu desenvolvimento pessoal vivendo com muitos jovens em comunidade e lidar com o dia a dia. Realmente esse ano tem muito que contar desde palestras, amizades e até coisas pequenas que aconteceram. A primeira impressão quando cheguei na Suécia foram as pessoas, que são muito legais mesmo, calmas demais e não tive problema nenhum e elas me ajudavam bastante. A vida dentro do seminário era um ambiente diferente do que de fora. No começo, para se comunicar com as pessoas, o único meio que usava era o inglês e as pessoas perguntavam bastante sobre minha origem, o que eu achava do país, o clima, a língua sueca, etc.
   Nesse ano na Suécia foram cheio de experiências maravilhosas que qualquer jovem do mundo gostaria de ter tido e acho que o ano foi repleto de novidades em um só lugar, Ytterjarna. Mesmo morando em um lugar afastado da cidade grande, onde poucas pessoas moravam, muitas coisas podiam ser feitas e com tantas idéias e projetos foram cada vez melhorando durante o ano. O meu relacionamento com a comunidade trouxe uma grande e forte, o que não pude só fazer amizades, mas aprender a viver juntos com eles na mesma comunidade.
   Eu e a Ediane fomos convidados para participar do YIP através do SOFIA, uma organização que envia e recebe jovens do mundo, e com isso, mais 3 sul africanos veio também através desse projeto. A organização do YIP eram formados em 5 organizadores de nacionalidades diferentes e cada um deles tinha um grupo de jovens que nos chamavamos de Check-in groups. No comeco do YIP, tivemos um passeio em torno da comunidade e fomos nos conhecendo uns aos outros ao longo dos meses. Cada um deles tinha uma amizade significante e tinha uma conexão forte com alguns. O Matt da Inglaterra era meu roomate (amigo de quarto) por todo esse tempo e foi a melhor e a mais importante companhia de todas que pude compartilhar idéias, sobre projetos, assistimos os jogos da Copa do Mundo, jogamos futebol, etc. O Mahlubi parecia um irmão e amigo, pois a alegria dele contagiava muitas pessoas e assim nos fazíamos as pessoas rirem com as coisas típicas de nossos países e isso era muito engraçado, até mesmo nos Coffee break era só alegria.
   Esse ano fiz muitas coisas que sempre gostava de fazer e o mais importante disso, foi que compartilhei como todo mundo, como jogava futebol na escola Orjan com a galera, soltava pipa com o Finn nos finais de semana, ia pescar com o Sam e Reinoud, fazia macramê com as meninas e ensinava capoeira. Pelo outro lado, aprendi muitas coisas que nunca tinha feito como por exemplo, aprendi a andar de snowboard pela primeira vez e foi a melhor experiência que tive, fiz Cross country nas montanhas em Tännäs com toda a galera, aprendi sueco com a Alex e Jonas, músicas de diferentes lugares, como Shosholoza, Iscorocoro e nunca pensei que iria fazer algo totalmente diferente que no Brasil não temos. Mas além disso, teve as palestras que aconteciam de manhã e, cada semana era um tema diferente abordado. Uma das palestras que tive um bom aproveito foi a de Captacão de Recursos com Mathias e Burju, pois eles queriam trabalhar com os nossos projetos pessoais e isso trouxe muitas idéias para fazer arrecadações e até hoje influência na minha vida. A palestra de Jay Roberts me deu noções de facilitação usando jogos e dinâmicas com grupos de jovens, cumprimentos entre pessoas, etc.
   Antes de ir para a Suécia, tinha um intuito de querer aprender a língua sueca, pois eu sempre gostava de estudar idiomas e, foi um pouco difícil de aprender, pois no seminário nos comunicávamos em inglês o tempo todo, mas mesmo assim, continuei aprendendo. No começo do ano do YIP, deu-se início aos projetos pessoais com o intuito de criar algo pessoal na comunidade e essa era a liberdade que a gente escolhia para refletir. Naquele tempo estava aprendendo sueco, mas queria mostrar algo concreto sobre a lngua sueca. Entao tive a idéia de criar um livro em sueco para estrangeiros com a intenção de aprender e ao mesmo tempo que esse livro fosse usado pelas pessoas dos próximos anos do YIP. Tive um longo processo de digitação e o design do livro que a Maíra me ajudou. A parte da pronúncia aprendia no dia a dia com as pessoas, ia no supermercados, conversava com os vizinhos, ia a cidade.
   No Community Engagment ( trabalho nas comunidades ) ajudei por um mês no Mikaelgården com crianças especiais de 15 a 17 anos e passava as tardes ensinando macramê e capoeira e assim, falava sueco com as crianças pois muitas delas não falavam inglês. No International Internship (estágio internacional ), foi a realização de todo o trabalho que tivemos durante o ano com os projetos pessoais e sendo assim, passei um mês em Köping trabalhando como voluntário num clube profissional de tênis de mesa e as tardes trabalhei com imigrantes, a maioria crianças onde eu ofereci workshops como esportes e macramê. A noite teve aulas de sueco com uma pessoa do próprio clube onde aprendi durante esse mês todo.
   Antes de terminar a última palestra em dezembro com Phillips sobre a Teoria U, todo mundo estava livre até o começo de janeiro e esse foi o tempo que tinha ido visitar os amigos na Alemanha. Nesse tempo, o inverno era muito intenso, frio e muita neve. O inverno começou no final de novembro até o começo de abril, mas este não foi o grande problema. Uma das coisas mais difíceis de se conviver na Suécia foi a escuridão. No começo de novembro, o céu fechava aproximadamente às 18:00 da tarde e depois já estava tudo escuro, mas com o tempo as coisas foram mudando e a luz do dia foi diminuindo cada vez mais. As pessoas no inverno mudavam totalmente de estilo e até mesmo o humor. As roupas pretas, blusas de cores escuras facilitava ainda mais este tempo de escuridão. A luz do dia ja não era tanta como antes, e foi muito difícil de conviver com isso. Alguns iam fazer caminhada de manhã para ver a luz ao dia, outros faziam esportes para gastar energia e, fazer atividades físicas às 15:00 e era um ótimo horário. Quando eu e a Ediane falamos sobre a escuridão, tivemos o mesmo pensamento de que esse fenômeno afetava o comportamento do ser humano e o que a transformação da natureza causava. Às vezes, nos íamos com roupas coloridas para as palestras para causar contraste com o inverno e até mesmo ver as cores vivas novamente. Antes de a neve vir, todos nós estávamos ansiosos, principalmente as pessoas da América do Sul, mas depois de três meses com neve já era o suficiente.
   O bom desse inverno intenso foram as caminhadas pelas florestas congeladas, ver o fiorde ( lago ) pela primeira vez congelado e atravessar-lo inteiro e, quando o sol brilhava, parecia um espelho que refletia e dava um brilho intenso sobre a neve. Uma vez, tinha saído para passear e tinha colocado muitas blusas de frio, meias, cachicóis e depois de cinco minutos do lado de fora, o cabelo começou a empetrificar, ficou congelado e tive que voltar pois o cabelo iria quebrar. Nesse dia, o lago estava totalmente congelado e estava - 25 graus!!!! Isso foi um fenômeno jamais visto para mim e para o resto do grupo mas foi uma expriencia fenomenal de ver como que as pessoas vivem num país tão frio assim, mas ao mesmo tempo muito bonito nas outras estações do ano. O verão foi uma dádiva que chegou ao final de tudo isso. O sol já raiava às 05:00 da manhã e quase o dia todo ficava com luz. Entre às 23:00 pm até às 02:30 da manhã o sol não descia totalmente dando uma luz de fundo no céu muito bonito e depois vinha o sol.
   No meio do mês de junho começou um festival para celebrar o final do ano do YIP junto com a comunidade. Vieram pessoas de vários lugares da Europa e houve cerca de 130 pessoas ao todo e tinha várias atrações, bandas locais, workshops, performances, etc. O festival durou 5 dias com muitas coisas para fazer e, muitas pessoas já se conheciam e com isso facilitou a conexão com outras pessoas, conhecendo outros projetos e organizações.


   Bom, gostaria de agradecer pela maravilhosa experiência que tive na Suécia e de ter desenvolvido meu trabalho na comunidade fazendo ao importante no mundo junto com os jovens, e ao mesmo tempo criando conexões entre as pessoas.
   Agradeco ao Sofia pela oportunidade de ter participado por esse tempo e aconselho aos jovens de que e um passo enorme para a vida e ao mesmo tempo se descobrindo!!!

Kiko